Uma outra abordagem

26 de maio de 2010



Quais os principais desafios encontrados para quem quer se iniciar na prática do tow-in? Para tentar responder a esta pergunta, participei recentemente de um curso de surf rebocado comandado pelo experiente big rider Rodrigo “Monster” Resende na praia de Jaguaruna - uma experiência que irá render uma reportagem para a próxima edição da revista Soul Surf.



Com o auxílio da pilotagem e equipamentos de Thiago Jacaré e Plínio Cruz da Associação de Tow-in de Jaguaruna - Atowinj, eu e mais sete alunos pudemos surfar altas ondas de até dois metros num sábado de sol com vento fraco, proporcionando condições excelentes para o tow-in. Uma palestra sobre a história e evolução do esporte, noções sobre equipamento e pilotagem, um passeio até a Laje da Jagua e uma aula de primeiros socorros com os bombeiros completaram o pacote do curso.



Confesso que sempre torci o nariz para o tow-in, principalmente quando praticado na costa. Sua atração para mim se resumia à possibilidade de explorar ondas gigantes, em picos inacessíveis para o surf de remada. Mas diante de uma praia deserta e com ondulação difícil de varar, a presença do Jet-ski oferecia um convite irrecusável a poder desfrutar ao máximo as ondas fortes e tubulares que quebravam no outside naquele dia.



Neste contexto, a regra básica ainda vale: só pratique o tow-in onde não houver surfistas de remada. O problema é que esta regra nem sempre é respeitada e daí a importância de cursos com este, para que os futuros praticantes já tenham esta noção bem fixada desde o início (o que em última instância se resume ao tão necessário bom senso!).




Com toques importantes como esse, o simpático Monster também demonstrou toda a sua experiência pilotando com suavidade e passando muita segurança aos participantes que, sem exceção, conseguiram surfar boas ondas. Pessoalmente, ficou muito claro para mim que o surf rebocado é uma atividade completamente diferente do surf de remada, exigindo toda uma nova abordagem física e mental.





Em linhas gerais, a velocidade alcançada sobre a prancha é o grande elemento de atração do tow-in e o desgaste físico de ser puxado por uma corda no balanço do mar por um longo período, o principal ponto negativo – sem contar no alto valor do investimento em equipamento e em toda a questão logística envolvida na operação e manutenção de um Jet-ski.


Foto: Lucas Barnis - divulgação Podium Esportes

Como em toda surf trip que se preze, tivemos a notícia de que a lendária Laje da Jagua havia quebrado pra valer no dia anterior ao início do curso, fato comprovado pelas fotos que foram divulgadas poucos dias depois em sites de surf na internet. (veja aqui).

De qualquer forma, no domingo pude realizar o antigo desejo pessoal de conhecer de perto a laje que, com o mar baixo, apresentava apenas umas espumas ocasionais. Apesar de não podermos surfar, foi muito legal conhecer o pico, mergulhando e tocando com as mãos o topo da incrível montanha de pedra localizada a mais de 5 km da costa.


A laje dá sinal de vida

O fato da lente de minha câmera aquática ter embaçado na viagem até a laje, prejudicando a qualidade dos registros de imagens, de certa forma simboliza o eterno mistério e desafio que o local representa, mesmo com tantas investidas já documentadas e a previsão do segundo campeonato de tow-in no local – cujo período de espera já se iniciou.



Os Bombeiros Voluntários de Jaguaruna deram dicas importantes de salvamento

Ao final da experiência estávamos todos fisicamente exaustos, mas mentalmente felizes pela oportunidade de experimentar a adrenalina do surf rebocado em ondas de bom tamanho. Organizado pela Podium Esportes, o curso de tow-in deve ter uma nova edição realizada em Jaguaruna no mês de setembro.




Leia mais sobre a Laje da Jagua aqui.

Um comentário:

Felipe Siebert disse...

boa... acho que é esse tipo de matéria que falta no meio do surf...

"eles" botam matéria numa revista de surf sobre tow-in como se todo mundo surfasse todo fim de semana com essa coisarada.

A maioria do publico que lê as revistas é amador e mal sabe como é feita sua própria prancha. Além dos iniciantes no esporte que são caras novos e querem aprender algo que para muitos coroas que escrevem as revistas, pode parecer óbvio.

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails