15 de outubro de 2009
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Na onda do filme do Figue e de como a paixão pelo surf é capaz de vencer todos os limites físicos e mentais, me deparei com a história do jovem Patrick Ivison e da fundação Life Rolls On da qual ele faz parte.
Pesquisando mais a fundo, fiquei feliz em descobrir diversos exemplos no Brasil sobre o poder do surf como mecanismo de cura, ou alívio momentâneo da dor - citarei apenas algumas, pois nem teria como fazer jus a todas estas iniciativas neste espaço. No caso de Patrick, um garoto tetraplégico de 15 anos, a sua participação em ações batizadas com o inspirador nome "They Will Surf Again"(Eles vão surfar novamente) serve tanto como realização pessoal, como uma eficiente estratégia de marketing para chamar atenção e arrecadar dinheiro para a sua causa, que já envolve muitos colaboradores e apoiadores na Califórnia.
Puxando pela memória, lembro de já ter visto algumas ações desta em campeonatos de surf, inclusive do WCT, com surfistas cadeirantes. Projetos como o SurfEspecial de Robson Careca (foto) e outras tantas iniciativas espalhadas pelo Brasil disseminam a necessidade de democratizar cada vez mais o acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais aos esportes de ação e toda e qualquer atividade social e de lazer.
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Os relatos de deficientes visuais experimentando o surf (com a ajuda de instrutores, ao contrário do Figue) se repetem em várias partes do litoral brasileiro, sempre revelando sorrisos de pura felicidade dos praticantes e demais envolvidos. Num outro patamar, surfistas com membros amputados como Alcino Neto, o Pirata, desenvolveram uma carreira profissional, graças ao surgimento de um cenário de competições voltado especialmente para estes atletas que encontram no estímulo da superação constante dos seus limites, uma razão a mais para viver.
Neste contexto, adaptação é um palavra-chave, e que certamente requer vontade política dos governos e investimentos financeiros de empresários para que os espaços de lazer e entretenimento tenham condições de receber todo tipo de pessoa. Infelizmente, via de regra, estes projetos sobrevivem apenas com o apoio de voluntários e pequenos aportes financeiros de empresas e ongs- o que é insuficiente para o desenvolvimento de equipamentos e tecnologias que certamente facilitariam o processo de inclusão esportiva.
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Pirata rasgando forte
Para finalizar estas observações, me recordo de estar esquiando em Bariloche (Argentina) há muitos anos atrás e ver um grupo de senhores e senhoras de idade curtindo a adrenalina de descerem sozinhos as montanhas de neve com esquis adaptados. Numa das subidas no teleférico até o topo da montanha tive a oportunidade de conversar com um senhor alemão que tinha perdido as duas pernas em um acidente e estava encaixado em um esqui mais largo com uma espécie de "taça de vinho"onde acoplava o seu corpo.
Com grande alegria ele me contou que o grupo viajava duas vezes por ano para passar temporadas de esqui em diversos locais do mundo - Estados Unidos, Canadá e Europa em janeiro e Chile, Argentina e Australia em julho. Logo depois pude conferir o resultado desta dedicação ao esporte quando ele se despediu com um aceno de mão e saiu controlando o seu esqui em disparada até a base da montanha.
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