Ciclos Naturais

7 de dezembro de 2009



"Deu no New York Times...", como diria a música do grande Jorge Ben. E assim, as Alaias seguem a sua incrível trajetória de popularização, desde que foram redescobertas em um museu havaiano pelo shaper Tom Wegener e viraram sinônimo de resgate da essência do surf.

A matéria do mais importante jornal norte-americano é muito bem escrita e traz para o grande público os principais fatos e atributos que transformaram as alaias, de reliquias históricas, a uma verdadeira "febre" entre os surfistas nos últimos cinco anos - talvez a mais significativa tendência no esporte desde o surgimento do tow-in.



Os dois grandes apelos que envolvem as alaias recorrem invariavelmente ao resgate às origens polinésias do surf em meio a um mercado cada vez mais mercantilizado, e ao desafio para os surfistas mais experientes em se libertar das quilhas e descobrir novas possibilidades de deslizar sobre as ondas - sem contar que é uma prancha para a vida toda!

Aqui no Brasil, o shaper Felipe Siebert é um dos poucos que recentemente botaram a mão na massa, aproveitando o know-how já adquirido na produção de modelos de prancha ocas de madeira. As impressões iniciais: "É bem dificil no começo. Tem que estar com uma remada boa e ter uma boa noção de surfar com pranchas estranhas. Mas já dropei umas ondas e corri umas paredes longas. A (falta de) quilha faz uma grande diferença".



Este relato corrobora os demais depoimentos da matéria, que assinalam que, após a dura iniciação sobre a tábua de madeira, surge um sentimento novo que transforma completamente a experiência de surfar - criando novas perspectivas e possibilidades.

Enquanto no Brasil, as alaias ainda aparecem como uma novidade no line-up, lá no Japão tem uma galera que abraçou a ideia de corpo e alma. Aonde essa onda das alias vai parar, só o tempo dirá. O que me parece certo, ao ver tamanha movimentação de surfistas, shapers, vídeos, blogs e comunidades dedicadas as alaias, é a certeza de que a evolução humana acontece de maneira ciclica, e que somente acessando o passado é que conseguimos construir o futuro.

Para quem quer se aventurar a produzir a sua alaia, alguns sites na internet como o australiano Surfing Green e o Olo Surfer dão o caminho das pedras para mergulhar de cabeça nas origens do surf.

Um comentário:

Felipe Siebert disse...

Obrigado pela citação Luciano. Estarei disponibilizando algumas alaias prontas para uso e blocos para confecção das mesmas para o próximo mês. Ainda estou fazendo alguns testes e pretendo elaborar um vídeo tutorial. Abraço,

um ótimo vídeo sobre as Alaias: http://vimeo.com/7571315

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