Frames do Farol

24 de junho de 2010



No início desta semana estive no Farol de Santa Marta cumprindo mais uma etapa de uma matéria que estou produzindo para uma importante publicação de surf. Aproveitei a oportunidade para conferir de perto os dois primeiros dias do primeiro campeonato de nível internacional a ser realizado nas praias da região - o South to South Santa Marta Pro.



Na terça-feira, o vento sul ainda dava as caras com um swell de bom tamanho. O campeonato rolou com ondas mexidas na praia do Cardoso, enquanto algumas ondas menores e de formação regular quebravam vazias, nas praias onde este vento é terral.




No dia seguinte, o mar amanheceu bom, mas foi baixando rapidamente, enquanto o famoso “nordestão” entrava com força total por volta do meio-dia, tornando as condições ainda mais difíceis no Cardoso, com ondas sem muita pressão.




Os marinheiros de primeira viagem nestas paradas demonstravam certa dificuldade em se adaptar às condições difíceis do mar, embora o treino na praia da Cigana tenha rolado com bons momentos de tubos e manobras.



Para o campeonato, a previsão para os próximos dias não é nada animadora, com o mar "colado", numa entressafra entre as grandes ondulações que vem atingindo de forma constante o litoral sul nos últimos meses.



Cercado de alguma polêmica, por conta de sua realização em pleno inverno e na época da pesca da tainha, que fecha a maioria das praias da região para o surf, o evento revelou aos surfistas profissionais de todo país, os elementos que fazem do Farol um local de boas ondas, situado em uma pacata vila de pescadores cercada de paisagens de beleza selvagem e um clima muitas vezes inóspito.



Se o formato inchado de um campeonato de surf já não oferece grandes atrativos de emoção para o público, que dirá o fato dele ser realizado em pleno inverno num local que atrai turistas somente no verão e nos finais de semana dos meses mais quentes.



Com apenas os competidores e mais alguns surfistas mais fissurados presentes na praia e se protegendo do vento forte dentro de seus automóveis, a questão óbvia é tentar entender o que se passa na cabeça dos gênios de marketing por trás de um evento como este? Uma boa transmissão na internet e um vídeo legal com os melhores momentos da competição podem ser uma resposta, mas não costumamos ver muito disso aqui no Brasil.




No fim das contas, o frio, o vento e as estradas de lama são ingredientes que ajudam a preservar a mística do Farol, como um local singular, onde o vento faz a curva e o litoral brasileiro vira um retão interminável e desprotegido em direção ao sul. Um destino para aqueles em busca da aventura inerente a uma autêntica surf trip. As fotos que ilustram este post revelam um pouco deste universo.






Créditos da foto de abertura: Felipe Siebert - surfista: Jerônimo Vargas.
Confira outra matéria sobre o Farol de Santa Marta clicando aqui.

4 comentários:

Anônimo disse...

Lindas as fotos do Farol.
Felipe Siebert me deu a dica do site, parabéns o site é mto bom. Aproveito p convidá-los a conhecer o Museu do Surf de Cabo Frio com acervo raríssimo e certamente um dos maiores do mundo. Abs.
Nino Moreira

cosmonauta disse...

Muito tri as fotos! Deu vontade de botar o pé na estrada.

Luis Fernando Mizutani disse...

Agreste e isolado, o Farol de Santa Marta realmente é um lugar alucinante! Boas fotos
Abraço

Juliano Farah disse...

Achei irada a matéria. E o Farol é show demais, também está no meu blog...

http://surfguiabrasil.blogspot.com/

Abraços

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