O Sal de Lisboa

29 de maio de 2012



Com programação entre os dias 14 e 17 de junho, o SAL - Surf At Lisbon Film Fest é o primeiro festival internacional em solo português dedicado exclusivamente à cinematografia de surf.

Tive o privilégio de ter o meu documentário Pegadas Salgadas selecionado para ter a sua estréia mundial neste evento, que reúne alguns dos melhores títulos do gênero, exibidos no tradicional Cinema São Jorge, situado na região central da histórica capital portuguesa.

Por trás desta valiosa iniciativa, estão os arquitetos lusitanos Ricardo Gonçalves e Luís Nascimento, - além do brasileiro Augusto Baião -, dois colegas de turma que deixaram de lado as pranchetas para se dedicarem ao desejo de promover a paixão comum de mais de 25 anos pelo surf e suas manifestações culturais.

O cuidado dispensado em todas as questões de curadoria e conteúdo ligadas ao festival, não deixam dúvidas de que o SAL será um evento de alta qualidade, que deve firmar-se no calendário cultural de Lisboa e de todos os amantes dos filmes surf.

Na entrevista a seguir, Ricardo conta um pouco sobre os bastidores da realização do SAL e o intenso desenvolvimento e democratização da cultura surf em Portugal nos últimos anos.




1 - Como surgiu a ideia do SAL e quais foram os principais desafios para tornar o evento uma realidade?

Já vinha pensando nisso há uns anos, resolvi passar das ideias à prática elaborar uma proposta prévia com para apresentar a ideia à EGEAC, empresa gestora do Cinema São Jorge, onde irá decorrer o evento.

Ao perceber da viabilidade da iniciativa e interesse na mesma resolvi unir esforços com o meu amigo de longa data Luís Nascimento, que como eu também é arquitecto e surfista e Augusto Baião cuja a ajuda também determinante, foi elaborado um projecto, que foi acolhido com entusiasmo pela EGEAC, dando assim início à aventura.

Como recém chegados a este mundo, os principais desafios foram (e têm sido) sobretudo ao nível da angariação de apoios, tendo a sorte de poder contar com um grupo de empresas e instituições que acreditaram no potencial do festival, ajudando a que aconteça.



2 - Como vocês tem acompanhado a evolução da cultura do surf em Portugal, e mais especificamente em Lisboa, nos últimos anos?

A cultura do surf tem tido, nos últimos anos, um aumento exponencial, devido em grande parte ao factor moda e às escolas de surf, que proliferam em Portugal. No entanto, à parte desse lado mais comercial, é uma coisa interessante ver duas e às vezes três gerações a irem para a água juntas, simplesmente divertirem-se a fazer uma coisa que é prazer puro.

É daí que pensamos que a verdadeira cultura do surf português pode crescer realmente. É hoje em dia algo completamente transversal à sociedade, socialmente e a nível de idades, tornando-se aos poucos algo enraizado na sociedade e não só isoladamente para uma elite.

Lisboa é uma cidade rodeada por praias com excelentes ondas o ano inteiro, com milhares de surfistas, logo é onde se sentem mais no país estas mudanças.


3 - O festival ganhou mais um dia de programação. Quantos filmes integram a lista final de exibição? Qual foi o critério de seleção adotado para os filmes e quais atrações paralelas estão programadas?

O festival ganhou mais um dia exactamente pela qualidade e valor de muitos filmes que se inscreveram. O cartaz contará com 18 longas e 19 curtas, um cartaz talvez demasiado ambicioso para uma primeira edição mas de facto a escolha foi difícil e tentamos incluir o máximo de filmes de acordo com os nossos padrões de seleção, alguns filmes, embora que bons tiveram de ficar de fora infelizmente.

A selecção baseou-se na vontade de ter no SAL filmes que representassem a actual vaga de mudança no mundo do surf, bem como uma abordagem mais artística do tema, não só focado no acto de surfar mas em todo o life style associado e consciência social e ecológica.

Paralelamente aos filmes, o SAL terá concertos de bandas portuguesas, exposição de fotografia de Ricardo Bravo, intervenções de artistas portugueses consagrados e actuações de DJs para rematar as noites.


Confira alguns dos filmes selecionados na página do Sal no Facebook 
A programação oficial completa estará disponível a partir de 01 de junho no site oficial.
Fotos: divulgação SAL

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