Sujeito Composto

10 de dezembro de 2015


Um dos mais inventivos shapers do Brasil, Jair Fernandes, o "Machucho", completa quatro décadas de experiências no desenvolvimento de novas formas de fabricar pranchas de surf.

Esta é a abertura da matéria 12 páginas que produzi para a edição de novembro da revista Fluir onde busco repassar a trajetória de um dos mais inovadores e produtivos shapers do Brasil.  Pessoalmente, este trabalho teve um valor sentimental especial, pelo fato de que a primeira prancha de fibra que experimentei na vida foi uma Machucho azul 6,6 singlefin emprestada de um primo no distante verão de 1984 em Jaguaruna. Dalí pra frente, o surf mudaria a minha vida de maneira significativa e o nome Machucho sempre me transporta para esta descoberta mágica.

Machucho testando suas criações nos anos 80

Mas foi só muito tempo depois, em 2011, que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o shaper que marcou época como pioneiro na fabricação de pranchas no sul de Santa Catarina ainda em meados dos anos 70. A entrevista para o documentário Pegadas Salgadas, realizada em sua casa na Lagoa da Conceição em Floripa, foi tão interessante que estendemos a visita para a sua oficina/laboratório, de onde sai com a certeza de que a história de Machucho merecia ser contada com mais profundidade para que ele recebesse o devido reconhecimento por suas criações.

As divertidas cabanas térmicas hoje compõem o jardim da casa de Jair

O tempo foi passando e, depois de alguns encontros entre 2013 e 2015, finalmente a oportunidade de publicar o texto se materializou. Neste meio tempo, Jair deixou de lado as divertidas cabanas-iglu em forma de monstro feitas com jato de spray de poliuretano que andava produzindo, e voltou com carga total à fabricação de SUPs e pranchinhas de alta durabilidade e leveza, graças aos processos singulares de prensa e termomoldagem que ele desenvolveu.

O grande desafio do texto foi justamente tentar traduzir em linguagem leve e acessível os diversos processos produtivos criados e desenvolvidos por Jair nas últimas quatro décadas em sua incessante busca por novas formas de fabricar pranchas, experimentando com os mais diversos materiais, compostos químicos e metodologias - onde muitas vezes teve que desenvolver maquinário próprio para poder realizar o que desejava alcançar.

As pranchas de SUP com laminação plástica são a nova aposta de Jair
 
Por trás de toda a complicada terminologia técnica associada ao seu trabalho, fica a imagem de um homem simples, de fala mansa, que contribuiu de forma silenciosa, porém significativa para a evolução do surf, uma atividade que ele ainda pratica diariamente e que o mantém em grande forma aos 62 anos de idade.

Vale destacar também as fotos do amigo Rafael Ribeiro, somadas às imagens de acervo da família, que ajudaram a ilustrar o texto com alta qualidade, como esta foto de abertura da matéria, onde juntamos algumas das criações mais significativas do shaper- inventor que já foi chamado (com razão) de "Professor Pardal" do surf.




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