Making Surf Movies Great Again

15 de março de 2024

 

Na última semana tive o prazer de participar do Floripa Film Fest, a primeira edição deste festival de filmes de surf idealizado e realizado pelos amigos e grandes filmakers de surf, Eduardo Linhares (vulgo "Duda Saracura"!) e Bruno Zanin, que vem batalhando há anos para "tornar os filmes de surf alucinantes novamente", como diz o adesivo em inglês que ele usou para divulgar seu ultimo filme "Viralata de Raça - Primeiro Ato" e espalhou pelo festival.


  

Quando Duda me contou recentemente do projeto do festival, me convocando a inscrever algum filme, eu falei que não tinha nada de novo pra apresentar, mas depois me lembrei do documentário "Nas Ondas dos Lençóis" de 2021 e, que, embora licenciado pra exibição em TV, ainda segue inédito.

Assim, tive a satisfação de poder ver meu filme exibido em um baita telão a beira da piscina no Hotel Selina na Praia Mole para um bom público que compareceu ao longo dos três dias de evento, enfrentando a chuva insistente que não conseguiu estragar a festa, que contou com outros 35 filmes nacionais e internacionais na programação, e a presença dos personagens Fabio Gouveia e Alvaro Bacana.

 

  

Entre os destaques, na minha opinião, citaria a celebração dos 20 anos do clássico indiscutível "Fabio Fabuloso" com a presença dos diretores e de Fabinho, o documentário "Chasing the  Unicorn"que conta a história do surf em Moçambique, o curta "Instrument" obra poética do sul-africano Tao Farren com o estiloso surfista Michael February e muito jazz, o filme "Gauna" do sempre inspirado  Loic Wirth com Cloudbreak (minha onda favorita), linda trilha e um emocionado João Chumbinho. 

Em termos de performance, destaco o curta "Never Meant for Stillness" de Bruno Baroni com o bicampeão mundial Filipe Toledo quebrando tudo, "Otherwise" de Matheus erneck com Pedro Calado botando pra baixo,  o "terror maluco" de Motel Hell, do australiano Dave Fox e o destemido surfista Harry Bryant, que estiveram presentes e curtiram como poucos o festival.           

Promover encontros e valorizar as produções é o que faz de qualquer festival de cinema uma experiência sempre relevante. Compartilho aqui então o texto de divulgação do instagam do festival que resume bem a valiosa proposta dos realizadores:  

"O Festival nasce para valorizar a experiência audiovisual para os dois lados do telão: o de quem assiste e o de quem produz. Acreditamos que o surfe é bonito demais para ser visto apenas em uma tela pequena. para nós, surfe é arte, é coisa séria, é coisa de cinema. 

Também, acreditamos na arte do encontro, por mais que haja tanto desencontro pela vida. (como disse um certo poeta quem nem tinha vivido a era digital ainda). Produtores e público precisam se unir. Fisicamente. trocar ideias, conversar, olhar nos olhos, ir surfar juntos. Nenhum feedback é melhor e mais instigante do que uma plateia assistindo a sua produção e vibrando naquela virada especial da trilha sonora que fora escolhida com carinho." 

 

E assim foi ao longo de três dias, onde tive a oportunidade de participar ativamente da produção do evento - cuidando da conformação dos filmes e da parte técnica das exibições simultâneas no telão prinicpal e no auditório, batizado de "sala imersiva", onde os filmes foram exibidos. Também pude me divertir e reencontrar figuras que me inspiram e me estimulam a seguir atuando dentro do segmento audiovisual do surf.

Nesse sentido, compartilho a mensagem que enviei ao Duda após o evento - onde agradeci a ele por ter acolhido de braços abertos o meu pedido para trabalhar no festival -  que traduz bem a importância dessa experiência:      

"Pessoalmente, confesso que estava num processo de me desligar do audiovisual de surf e buscar novos temas e mercados, pois depois da série no OFF com o Fabinho Gouveia em 2019 a coisa toda desandou em termos profissionais e eu também me desiludi um pouco com o perfil demasiado careta e reacionário da “galera do surf”.

Mas é óbvio que não podemos generalizar e, graças ao festival, estar novamente em contato direto com tantas pessoas bacanas que respeito e admiro, a começar por você e Zanin, mais o Julio Adler, Pepê Cezar, Marcelus Viana, Loic Wirth, Pablo Aguiar, Pietro França, Antonio Zanella e muitos outros, me fez ver que, apesar de sempre ter me sentido um outsider nesse meio, eu tenho sim um trabalho legal construído no meio audiovisual do surf e sou respeitado pelos meus pares. E que é muito bom estar com essa galera.

Isso somado a surpreendente qualidade dos filmes inscritos no festival me energizou de forma muito positiva e me fez voltar a desejar produzir filmes de surf.

Por fim, durante o teu discurso de encerramento eu estava te observando ali de tras do telão e me ocorreu que esse evento é a cara do Lucas Zuch e que você encontrou no Zanin a parceria certa e necessária pra tocar esse sonho adiante."

Mais adiante, neste feedback após o evento, também relatei a Duda a minha alegria e admiração de ver as conquistas dele após a perda inestimável do parceiro Lucas, e de como eles tiveram a sorte de encontrar um ao outro para viver o sonho do Surfari, que segue vivo em eventos como o Floripa Film Festival, nessa nova parceria . 

Compartilho aqui essa mensagem pessoal que enviei ao Duda para ressaltar a importância das boas parceiras para que as coisas aconteçam em nossas vidas. O grande sucesso do Floripa Film Festival é mais uma prova disso, Que venham as próximas edições! 

 Veja mais sobre o evento aqui

 



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